domingo, 13 de maio de 2012

Confissões de um canalha!!!


Tudo bem! Queremos meninas legais, sexys, saradas, bonitas, inteligentes e boazinhas.
Muito fácil falar, pois quando aparece uma assim, “de bandeja”, a primeira coisa que a gente pensa é: “Oba, me dei bem”. Ficamos com elas uma vez, duas. Começamos a pensar que essa é a mulher que nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um relacionamento, vai ser uma relação estável. Você vai buscá-la na faculdade, vocês vão ao cinema, num barzinho, vai ter sexo toda semana. Tudo básico, até virar uma rotina sem graça…
Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a mulherada e vai morrer de inveja. Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis na noite, falta de dar umas olhadas para uma gata, ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista.
Você pensa: “Acho que não estou pronto pra isso, para me enclausurar pro resto da vida nesse relacionamento”. E a boa menina se transforma numa mala, e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão. Quando você vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender. Já era!
Aí aquela promessa de vida estável vai por água abaixo, se a menina não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso. E a pobre menina pensa: “O que eu fiz?”
Coitada, ela não fez nada, a culpa é nossa mesmo! Aí, a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás. A gente não vê a hora de sair e arrasar na noite! Ou pegar aquela mulher gostosa que sempre quisemos... Grande desilusão. Você chega em casa depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito. De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, ficou contigo, mas sequer pediu o número do seu telefone... Frustação.
Aí, por mais que não queira, você pensa na sua menina boazinha que deixou pra trás. Ela podia ter seus defeitos, mas era uma menina legal, que ficaria ao seu lado te dando valor. Enquanto isso a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez para ter te afastado dela. Aí essa dúvida vira angústia, que vira raiva. Então, a menina manda tudo PRA A PUTA QUE PARIL!!!
Não quer mais saber de nada, só de sair, zuar, dançar e beijar outros caras!! Resolve não se envolver mais, para não sair lesada ou chateada. Muito bem!!! Acabamos de criar uma monstra! O tempo passa e a gente continua na mesma.
Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas só querem as coisas com homens cachorros e não estão nem aí pra nós. Ou será que nós é que fomos os cachorros? Elas são assim por culpa nossa. A mulher da night de hoje, era a boa menina de outro homem ontem, e assim sucessivamente.
Provavelmente essa nossa ex-boa menina, deve estar enlouquecendo a cabeça de outro homem por aí. Eu a perdi pra sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada. E ela? “Nem olhou pra mim, mas estava mais linda do que nunca…”

sexta-feira, 4 de maio de 2012

O enamorado da vida


Eu sou um enamorado da Vida!
Para sentir melhor o céu na minha casa,
Plantei a minha casa entre o mar e a montanha.
Se as ondas vêm rugir a meus pés, a horas mortas,
A lua desce a mim numa carícia estranha. 
 

Bebo as estrelas de mais perto. . . Abraço
Todo o corpo do céu num simples movimento.
E, quando chove, sinto a torrente das chuvas
Trazendo da montanha, em seu penacho de águas,
Frondes, ninhos, calhaus e pássaros ao vento. 
 

Eu sou um enamorado da Vida!
Amo-a por tudo quanto ela me pode dar:
A água fresca da fonte, a carícia da sombra,
E até a calma silenciosa e mansa
Desse crepúsculo que baixa devagar. 
 

Em cada mão de folha a minha boca bebe
O orvalho da manhã como um suave licor.
E abro os pulmões, sorvendo em tudo o que me envolve
Essa onda de volúpia e de êxtase e perfume
Que vem do amor e que me leva para o amor 
 

Eu sou um enamorado da Vida!
Tenho ímpetos de voar, de galgar, de vencer
Colinas, penetrar o coração dos vales,
Relinchando feliz como um potro selvagem
Que solta as crinas no ar para melhor correr; 
 

Ou retesar as asas brancas de gaivota
E atirar-me na fúria incrível das procelas;
Beber em haustos toda a glória do mar alto,
Rolar no bojo dos batéis desarvorados
Ou as asas enxugar no alvo lenço das velas 
 

Vida! Quero viver todas as tuas horas,
As que prendi na mão e as que nunca alcancei.
Ser um pouco de ti no espelho das paisagens
Para, quando morrer, levar dentro dos olhos
A beleza imortal de tudo quanto amei.


Olegário Mariano
Do livro:" O enamorado da vida", 1937