quinta-feira, 19 de abril de 2012

A menina que colecionava rosas – Parte IX


- (Risos) Pode parar de graça amor!
- Só mais um pouquinho!?
Lisa brincou:
- Sem bis Lucky, sua namorada beija muito mal! (Risos)
- Vai cagar Lisa! (Risos)
Lucky olhou para as meninas, olhou para a piscina:
- Vocês estão pensando na mesma coisa que eu?
Antes que elas respondessem, Lucky empurrou Lisa e Kate na piscina, em seguida se jogou também. Os três riam muito, momentos depois Alexia deixou de lado a classe e o longo vestido preto, e se jogou na piscina também, neste ponto a festa parecia não ter mais limites.
No dia seguinte a festa, Lisa e Kate ainda curtindo um resto de ressaca, foram ao Cactu’s bar, aos poucos algumas lembranças foram se manifestando:
- Lisa! Se lembra de tudo que fez na festa ontem? (Haha)
- Acho que sim! Me lembro do discurso da Alexia, que Lucky nos jogou na piscina, que beijei dois garotos... Eliot e... E... Não lembro o nome do outro.
- Se lembra de mais alguma coisa?
- (Risos) Já sei aonde você quer chegar Kate! A resposta é sim! Também lembro que você me beijou!
- Que vergonha! (Risos) Você nem para ter uma crise de amnesia.
- Não iria adiantar, Lucky com certeza iria refrescar nossa memoria! Mas foi só curiosidade hein! Isso jamais vai se repetir! (Risos)
- É evidente que não! (Risos)
No mês seguinte, Lisa completou dezenove anos ao lado de Eliot; aquele mesmo que ela havia beijado no aniversário da Alexia, os dois voltaram a sair uma semana antes de seu aniversário, no dia da data tão especial para Lisa, Eliot preparou uma surpresa para a garota, ao chegar em casa Lisa foi surpreendida por um caminho feito de rosas que ia de sua calçada até a porta de sua casa, na porta uma caixa de bombons com a seguinte mensagem: 

“Parabéns viúva negra! (Risos)” 

Lisa recolheu as rosas e entrou em casa, em seu quarto ela pegou o esquecido caderno de lembranças e colocou mais uma rosa, folhando o diário Lisa falou consigo mesma:
“- Vincent... Benjamin... Eliot... Onde será que isso vai parar?”
Lisa e Eliot saíram por aproximadamente três meses, tempo o bastante para que Lisa começasse a se apaixonar pelo garoto, o contrario já acontecia desde que Eliot começou a ver Lisa com mais frequência.
Os sentimentos começaram a sair do controle, e frente a isso Lisa não ousou colocar em cheque mais uma vez sua demanda de sobrevivência, é bem verdade que Eliot não tinha culpa alguma do que Vincent e Benjamin haviam feito com ela, porém isso não serviu de argumento para que Lisa não o abandonasse; isso inevitavelmente aconteceu três meses depois que estavam juntos.
Pela primeira vez, Lisa estava no papel de “carrasca” e não no de vítima, e não era de propósito, o medo de sofrer novamente operava em seu inconsciente, no mais obscuro inconsciente:
- Eliot... Desculpa... Mas não dá mais!
- Mas Lisa... Você nem tentou!
- Eu sei que é difícil entender, mas eu não quero tentar!
- Por um momento eu cheguei a pensar que ia dar certo!
- Entenda que não é nada com você, é comigo, embora talvez não acredite, mas está doendo mais em mim do que em você!
- Tudo bem!
Agora Lisa possuía o mais completo e perfeito mecanismo de defesa já visto, se antes os relacionamentos de Lisa eram imperecíveis, agora eles têm data de validade, dura o tempo que ela leva para se apaixonar, quando isso acontece ela abandona antes mesmo que façam isso com ela.
Os meses passavam e Lisa colecionava renuncias e convites para viver um novo amor, porém ainda que temporário isso iria mudar no grande baile de formatura no fim do ano. Faltando alguns dias para o final do ensino médio, o sentimento de despedida tomou conta de todos no colégio, pois mais uma fase de suas vidas estava chegando ao fim.
Lisa e Kate tinham todas as dúvidas e medos de alguém que está prestes a se formar no 3º ano:
- Pois é Kate, hoje eu entendo toda a complexidade vivida pelo personagem escrito por William Shakespeare em Hamlet, “Ser ou não ser, eis a questão”! Em nosso caso a grande questão é: E agora? O que vamos fazer de nossas vidas?
- Não tem um único dia nos últimos meses que não me faço está pergunta Amiga!
- Dá uma tristeza saber que pessoas das quais você conviveu por anos, vão seguir suas vidas e talvez você nunca mais as veja.
- Já sei! Tive uma idéia Lisa, vamos falar com o pessoal e juntar fotos dos três anos que passamos juntos e fazer um vídeo!?
- Ótima idéia Kate! Eu mesma tenho uma porção de fotos em casa!
- Eu também tenho!
- Fechado então!
Faltando uma semana para o baile de formatura, Kate reuniu a turma toda para juntos assistirem ao vídeo que ela havia produzido, ao fundo a música “Over My Head” da banda The Fray, entre uma foto e outra a seguinte mensagem: 

“Era uma vez um lugar muito barulhento, onde sempre aconteciam coisas anormais, lá dizem ter existido uma turma de amigos que preferiam levar a vida de um jeito diferente, dizem que estavam juntos em todos os momentos, até aqueles onde a bagunça era o que mais se destacava, não reclamavam das punições, se viravam como podiam, valorizavam acima de tudo a AMIZADE, e sabiam fazer de pequenos instantes, bagunçados momentos, por que sabiam como ninguém deixar as pessoas loucas. Mesmo com tantas loucuras, sabiam fazer algo agradável de vez em quando, dizem que eles nunca se esqueceram uns dos outros, nem de seus mestres, até hoje não se sabe ao certo o que realmente aconteceu com eles, a única coisa que realmente sabemos... É que eles foram muito felizes.” 

Ao final do vídeo, Kate colocou a foto de todos da turma, para nunca esquecerem-se de que um dia eles viveram juntos. Assim que o vídeo chegou ao fim, as luzes foram acesas e todos estavam chorando, sem exceções.
Na noite da formatura, Lisa abandonou seu lado rebelde e se rendeu ao clássico, a garota estava linda dentro de um vestido “tubinho” vermelho e salto alto.
O professor Josef Hall, pegou o microfone e deu início ao cerimonial de entrega dos diplomas de formação do ensino médio; minutos depois é chegada a hora da turma de Lisa, um a um os formandos subiam ao palco: 

Alexia McTavish
Benjamin Ford
Bertha Smith
Eliot Gale
Jake Fahey
Jimmy Bach
Kate Mitchell
Lisa Austen
Richard Miller

Daí por diante.
Depois de todos terem recebido seus diplomas, o professor Josef Hall encerrou a cerimônia com um discurso inesquecível:
- Hoje é um dia muito especial, há três anos vocês iniciavam mais um ciclo de suas vidas, talvez não se lembrem, mas assim que entraram no ensino médio, pedi para que cada um escrevesse uma carta de como pensavam estar hoje, e quais eram suas expectativas de vida. Como faço há 32 anos, quase como um ritual, hoje me tranquei em meu escritório, sentei-me no chão, e dediquei meu dia inteiro a ler carta por carta. O grande barato é perceber como tudo é pueril, parece ter sido escrito por um bando de crianças sedentas por uma coisa chamada felicidade, a tal felicidade, a bendita FELICIDADE, e não me levem a mal quando chamo vocês de crianças, mas no final é o que todos nós somos, CRIANÇAS... A começar de mim! Creio que muitos daqueles sonhos que li hoje, já se realizaram, outros deixaram de serem sonhos, e muitos nasceram no decorrer destes anos. Hoje chega ao fim mais um ciclo da vida de cada um de vocês; eu falei fim? Desculpe; na verdade é o início de um novo ciclo, permitam-me citar Shiva, segundo a mitologia hindu, Shiva é um Deus que destrói para construir algo novo, se pensarmos melhor, o universo é regido por esta lei, as folhas caem para dar lugar a novas folhas, prédios velhos são demolidos para construção de novos, e por ai vai. Hoje morrem alunos da 57ª turma formada pelo colégio Santa Inês, amanhã nascem engenheiros, arquitetos, professores, cientistas, psicólogos, matemáticos, fonoaudiólogos, advogados, educadores físicos, químicos, nutricionistas, médicos, etc. O futuro da nação está presente aqui hoje, enfim, mas não finalmente; hoje é o primeiro dia do resto de suas vidas. Boa sorte a todos vocês!
Ao termino de seu discurso, o Professor Josef Hall foi ovacionado, todos aplaudiram de pé, as palmas pareciam não ter mais fim, e a emoção tomou conta do anfiteatro do colégio Santa Inês, visivelmente emocionado o professor foi amparado pelos colegas de profissão. A noite de fortes emoções só estava começando.
Terminada a cerimônia, todos seguiram para o Red Eventos onde seria a grande festa de confraternização. Foi servido um grande jantar para os pais dos formandos, no entanto o que mais interessava aos jovens era o baile reservado para o início da madrugada. E não demorou para que começasse, regado a muita champanhe todos se divertiram como se o mundo fosse acabar na manhã seguinte.
Durante a festa, uma admiração que ficou oculta por três anos, depois de algumas taças de champanhe veio à tona em forma de declaração de amor:
- Lisa! Faz três anos que estudo com você, e nunca tive coragem de te falar isso!
Lisa foi irônica:
- Ui! Que medo! (Risos)
- É sério Lisa!
- Então diga Jimmy!
- Desde quando te vi no colégio pela primeira vez, te achei uma gatinha; depois descobri que você estava na minha sala, ai fiquei mais feliz ainda, pois eu poderia te ver todos os dias. O tempo passou e o que eu sentia por você não ia embora, permanecia, porém minha falta de coragem fez eu nunca me aproximar de você, até hoje! (Risos)
- Eu estou surpresa dos efeitos que o álcool é capaz de fazer! (Risos) Mas... Me acha gatinha e...?
- E a gente podia...
- Se beijar?
- Isso! Se beijar! (Risos)
- Jimmy...! Você é gatinho, e acho que até pode rolar algo entre a gente, mas tipo, meus pais ainda estão na festa, a gente se encontra depois.
- Que forma mais elegante de dar um fora! (Risos)
- Se você esperar vai ver que não é um fora! (Risos)
A festa entrou a madrugada, e da segunda vez que Lisa e Jimmy encontraram-se, o inevitável aconteceu, depois de dançarem juntinhos por um tempo, os dois acabaram se beijando. Jimmy estava com uma rosa vermelha dentro do bolso frontal de seu terno:
- Linda a rosa!
- Não mais que você!
- Posso ficar com ela?
- O que vai fazer?
- Tenho um lugar especial reservado para ela!
- É toda sua!
Aquilo era o início de uma paixão avassaladora que iria nascer entre Jimmy e Lisa.
Uma semana depois do baile, se formava um dos casais mais improváveis da turma, Lisa e Jimmy, de um lado Lisa, a garota rebelde, de outro Jimmy, o garoto nerd aficionado por física quântica.
A paixão entre o casal foi afervorada, dois meses depois que estavam juntos, Lisa e Jimmy já haviam transado e deixado escapar alguns “Eu te amo”, entretanto havia um grande problema, se tratava de paixão, e como todos bem sabem paixão passa, a de Lisa e Jimmy não fugiu a regra, três meses depois o relacionamento chegou ao fim; a garota colocou fim é obvio:
- Jimmy... Desculpa... Mas não dá mais!
- Mas Lisa... E nosso amor?
- Nunca foi amor Jimmy! Era paixão!
- Eu só queria cuidar de você... Ajudar você!
- Existe uma grande diferença entre você estender sua mão e a outra pessoa estar preparada para segurar, do que você estender sua mão e a outra pessoa não querer ser ajudada; é o meu caso Jimmy! Não preciso de ajuda!
- Não faz isso comigo Lisa! Por favor?
- Jimmy... Não!
- Já entendi Lisa!
Ao chegar em casa, Lisa chorou muito por não conseguir fazer diferente.
No início do ano, Lisa e Kate haviam prestado vestibular em três universidades diferentes, Kate prestou administração com ênfase em comércio exterior, e Lisa pedagogia com ênfase no ensino de alunos com autismo; pela primeira vez em sete anos as amigas corriam o risco de se separarem.
É chegado o grande dia da divulgação da lista de aprovados, Lisa chamou Kate em sua casa para juntas acompanharem a divulgação pelo site das universidades. Enquanto Lisa acessava os sites, Kate olhou para seu diário e comentou:
- Lisa! O que tem dentro do seu diário que ele não fecha direito?
- Rosas!
- Rosas?
- Sim, Rosas! Vincent, Benjamin, Eliot e Jimmy!
- Os meninos não sabem te dar outra coisa? (Risos)
- (Risos) Benjamin até chegou me dar outros presentes, como ursinho de pelúcia, um relógio, brincos, mas eu desfiz de tudo; só guardei a rosa mesmo!
- Entendi!
- A verdade Kate, é que ninguém ainda me deu o que mais preciso... Ou até deu, mas eu não estava preparada para receber!
- E enquanto isso você segue sendo a garota que coleciona rosas?
- É bem isso!
- E ai Lisa? Saíram os resultados?
- Esta devagar, o “mundo” inteiro deve estar acessando! (Risos)
- Que nervosismo! Já não tenho mais unhas!
- ABRIU KATE!
Kate saltou da cama e correu em direção à tela do computador:
- Meu nome está ai? Fala para mim que meu nome está ai!
Os nomes estavam dispostos em ordem alfabética, Lisa correu o dedo na tela até a letra K:
- Kate Mitchell! Administração com ênfase em comércio exterior... APROVADA!
- Uhuuuuuullllllllll! Eu passei, Eu passei, Eu passei!
- Parabéns Amiga! Estou muito feliz por você!
- Olha o seu Lisa! Olha o seu!
- Calma Kate!
Kate saltava pelo quarto de Lisa:
- Eu passei, Eu passei, Eu passei!
- Eu vou na farmácia buscar um rivotril para você Kate! (Risos)
Lisa seguiu procurando seu nome na lista:
- E ai Lisa? Seu nome está ai?
Lisa olhou para Kate com a fisionomia bem triste:
- Pois bem Kate! Eu acho que ainda não é desta vez que você vai ficar livre de mim!
- Passou?
- Lisa Austen! Pedagogia com ênfase no ensino de alunos com autismo... APROVADA!
- Uhuuuuuullllllllll! Vamos apavorar aquela universidade Lisa!
- Eu passei, Eu passei, Eu passei!
As amigas ficaram polvorosas. Lisa e Kate ainda passaram em outras duas universidades, mas o fator comodidade e qualidade de ensino a fizeram optar pela primeira universidade que haviam sido aprovadas.
Na semana seguinte, Lisa foi realizar a matrícula na universidade Fredom, ao adentrar o campus a garota logo avistou a fila que levava até a secretaria, percebendo que levaria alguns bons minutos até chegar sua vez, Lisa tirou de sua bolsa um fone de ouvido, acoplou no celular e começou a curtir o Jazz instrumental de Miles Davis. A garota estava toda distraída curtindo um som quando um garoto tocou seu ombro, Lisa virou-se e o garoto acenou que a fila havia andado, minutos depois Lisa em completo transe, mais uma vez sentiu tocarem seu ombro, ao olhar para o garoto que estava a sua frente, Lisa percebeu que a fila havia andado novamente; envergonhada a garota parou a música e voltou os fones para dentro de sua bolsa.
Enquanto aguardava sua vez, Lisa observou que o garoto a sua frente usava uma camiseta dos doutores da alegria com a seguinte frase: 

“É muito simples ser importante na vida dos outros.” 

É engraçado observar as pessoas nas filas, filas sempre suscitam assuntos... Digamos... De comadres, tipo: “Que demora né?” ou “Que calor hein?” ou ainda “Poderiam colocar mais pessoas para atender né?”, o garoto que estava atrás de Lisa inovou no quesito “conversas em filas de espera”, ao sentir uma brecha o garoto disse a Lisa:
- Você tem cara de que vai fazer engenharia! (Haha)
- Errou feio!
- Arquitetura?
- Piorou!
- Ciências sociais?
- Menos ainda... (Risos) Vou fazer pedagogia!
- Uma futura professora!
- Sim!
- Educação sempre foi um dos pilares para a formação de valores como caráter, humildade, respeito, enfim...
- E você? O que vai fazer?
- Economia!
- Legal!
- Desculpe a curiosidade, mas o que estava ouvindo?
- Jazz!
- Miles Davis?
- Exatamente! Como sabe?
- Eu sou fascinado em Jazz, principalmente Miles Davis, o álbum Live em especial tem uma curiosidade fantástica. É um dos Cd’s mais vendidos do Miles, e acredite, não ouve ensaio para gravar o álbum, os músicos chegaram uma hora antes do show, conversaram entre eles qual seria o repertório, e na hora de gravar foi tudo de improviso.
- Nossa! Você gosta mesmo de Miles Davis!
- Demais!
- Seu nome é...?
O garoto sorriu:
- Por que o sorriso?
- Me chamo Miles!
- Você só pode estar de brincadeira!?
- Imaginei que fosse pensar isso, mas pode olhar minha ficha de inscrição!
- Miles Langton?
- (Risos) Davis seria demais né?!
- Com certeza! (Risos)
O ano letivo se iniciou, e a conversa entre Lisa e Miles na fila de inscrição rendeu bons frutos, nas janelas entre uma aula e outra, Miles com brincadeiras de duplo sentido, dava indiretas em Lisa que por sua vez fingia não entender muito bem qual era a intenção do garoto. Numa bela manhã, enquanto Miles e Lisa andavam pelo campus, um garoto passou por eles vestindo uma meia de cada cor, uma verde e a outra azul, Lisa até achou estranho, mas não comentou nada.
Três semanas depois de se conhecerem, Lisa ainda estava relutante em se render as investidas de Miles, porém uma rosa mudaria tudo, uma semana depois; no intervalo entre o primeiro e o segundo período, Lisa acabou beijando Miles; a partir dali o futuro economista e a futura pedagoga começariam a sair. Será que Lisa estaria dando uma nova chance a seu coração?
Passado um tempo e Lisa já com vinte anos, os fantasmas voltaram a assombrar seus pensamentos, o medo de ser abandonada era eminente, Lisa nem sabia se isso poderia vir a acontecer, mas definitivamente ela não estava disposta a pagar para ver, resultado...?
- Miles... Desculpa... Mas não dá mais!
- Por que Lisa?
- Por que eu não quero sofrer!
- E quem disse que eu vou te fazer sofrer?
- Os dois primeiros idiotas que passaram pela minha vida disseram o mesmo!
- Acontece que eu não sou nenhum deles!
- Miles... Entenda que tipo... Eu não quero me apegar a ninguém! Não é nada pessoal!
Mesmo contra sua vontade, gotas de lágrimas teimaram em cair dos olhos de Miles:
- Mas Lisa! Vamos tentar? Eu posso te fazer muito feliz!
- Por favor Miles! Não torne as coisas mais difíceis, nós podemos terminar isso de uma forma super madura e amigável, mas por favor, não chore na minha frente!
- Eu já entendi Lisa! Eu sei por que você abandona as pessoas! Por que no fundo morre de medo que as pessoas façam isso com você! E na boa... Isso é uma tremenda covardia da sua parte!
Lisa olhou para o garoto assustada, pela primeira vez alguém havia entrado no mais profundo de seu âmago. Miles descobriu que seu mais completo e perfeito mecanismo de defesa, não era nem completo, tão pouco perfeito.
Lisa seguia inexorável com seus sentimentos, os relacionamentos da garota ficaram tão previsíveis quanto uma equação de álgebra. 

- Jonh!... Desculpa... Mas não dá mais!
- Jack!... Desculpa... Mas não dá mais!
- Teddy!... Desculpa... Mas não dá mais!
- Adam!... Desculpa... Mas não dá mais!
- Brad!... Desculpa... Mas não dá mais!
- Noah!... Desculpa... Mas não dá mais!
- James!... Desculpa... Mas não dá mais!


 Primaveras




Verões




Outonos




 Invernos




 Três anos depois...



 Continua...

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