- (Risos)
Pode parar de graça amor!
- Só mais
um pouquinho!?
Lisa
brincou:
- Sem bis
Lucky, sua namorada beija muito mal! (Risos)
- Vai
cagar Lisa! (Risos)
Lucky
olhou para as meninas, olhou para a piscina:
- Vocês
estão pensando na mesma coisa que eu?
Antes que
elas respondessem, Lucky empurrou Lisa e Kate na piscina, em seguida se jogou
também. Os três riam muito, momentos depois Alexia deixou de lado a classe e o
longo vestido preto, e se jogou na piscina também, neste ponto a festa parecia
não ter mais limites.
No dia
seguinte a festa, Lisa e Kate ainda curtindo um resto de ressaca, foram ao
Cactu’s bar, aos poucos algumas lembranças foram se manifestando:
- Lisa! Se
lembra de tudo que fez na festa ontem? (Haha)
- Acho que
sim! Me lembro do discurso da Alexia, que Lucky nos jogou na piscina, que
beijei dois garotos... Eliot e... E... Não lembro o nome do outro.
- Se
lembra de mais alguma coisa?
- (Risos)
Já sei aonde você quer chegar Kate! A resposta é sim! Também lembro que você me
beijou!
- Que
vergonha! (Risos) Você nem para ter uma crise de amnesia.
- Não iria
adiantar, Lucky com certeza iria refrescar nossa memoria! Mas foi só
curiosidade hein! Isso jamais vai se repetir! (Risos)
- É
evidente que não! (Risos)
No mês
seguinte, Lisa completou dezenove anos ao lado de Eliot; aquele mesmo que ela
havia beijado no aniversário da Alexia, os dois voltaram a sair uma semana
antes de seu aniversário, no dia da data tão especial para Lisa, Eliot preparou
uma surpresa para a garota, ao chegar em casa Lisa foi surpreendida por um
caminho feito de rosas que ia de sua calçada até a porta de sua casa, na porta
uma caixa de bombons com a seguinte mensagem:
“Parabéns
viúva negra! (Risos)”
Lisa
recolheu as rosas e entrou em casa, em seu quarto ela pegou o esquecido caderno
de lembranças e colocou mais uma rosa, folhando o diário Lisa falou consigo
mesma:
“-
Vincent... Benjamin... Eliot... Onde será que isso vai parar?”
Lisa e
Eliot saíram por aproximadamente três meses, tempo o bastante para que Lisa
começasse a se apaixonar pelo garoto, o contrario já acontecia desde que Eliot
começou a ver Lisa com mais frequência.
Os
sentimentos começaram a sair do controle, e frente a isso Lisa não ousou colocar
em cheque mais uma vez sua demanda de sobrevivência, é bem verdade que Eliot
não tinha culpa alguma do que Vincent e Benjamin haviam feito com ela, porém
isso não serviu de argumento para que Lisa não o abandonasse; isso
inevitavelmente aconteceu três meses depois que estavam juntos.
Pela
primeira vez, Lisa estava no papel de “carrasca” e não no de vítima, e não era
de propósito, o medo de sofrer novamente operava em seu inconsciente, no mais
obscuro inconsciente:
- Eliot...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Mas
Lisa... Você nem tentou!
- Eu sei
que é difícil entender, mas eu não quero tentar!
- Por um
momento eu cheguei a pensar que ia dar certo!
- Entenda
que não é nada com você, é comigo, embora talvez não acredite, mas está doendo
mais em mim do que em você!
- Tudo
bem!
Agora Lisa
possuía o mais completo e perfeito mecanismo de defesa já visto, se antes os
relacionamentos de Lisa eram imperecíveis, agora eles têm data de validade,
dura o tempo que ela leva para se apaixonar, quando isso acontece ela abandona
antes mesmo que façam isso com ela.
Os meses
passavam e Lisa colecionava renuncias e convites para viver um novo amor, porém
ainda que temporário isso iria mudar no grande baile de formatura no fim do
ano. Faltando alguns dias para o final do ensino médio, o sentimento de
despedida tomou conta de todos no colégio, pois mais uma fase de suas vidas
estava chegando ao fim.
Lisa e
Kate tinham todas as dúvidas e medos de alguém que está prestes a se formar no
3º ano:
- Pois é
Kate, hoje eu entendo toda a complexidade vivida pelo personagem escrito por William
Shakespeare em Hamlet, “Ser ou não ser, eis a questão”! Em nosso caso a grande
questão é: E agora? O que vamos fazer de nossas vidas?
- Não tem
um único dia nos últimos meses que não me faço está pergunta Amiga!
- Dá uma
tristeza saber que pessoas das quais você conviveu por anos, vão seguir suas
vidas e talvez você nunca mais as veja.
- Já sei! Tive
uma idéia Lisa, vamos falar com o pessoal e juntar fotos dos três anos que
passamos juntos e fazer um vídeo!?
- Ótima
idéia Kate! Eu mesma tenho uma porção de fotos em casa!
- Eu
também tenho!
- Fechado
então!
Faltando
uma semana para o baile de formatura, Kate reuniu a turma toda para juntos
assistirem ao vídeo que ela havia produzido, ao fundo a música “Over My Head”
da banda The Fray, entre uma foto e outra a seguinte mensagem:
“Era uma
vez um lugar muito barulhento, onde sempre aconteciam coisas anormais, lá dizem
ter existido uma turma de amigos que preferiam levar a vida de um jeito
diferente, dizem que estavam juntos em todos os momentos, até aqueles onde a bagunça
era o que mais se destacava, não reclamavam das punições, se viravam como
podiam, valorizavam acima de tudo a AMIZADE, e sabiam fazer de pequenos
instantes, bagunçados momentos, por que sabiam como ninguém deixar as pessoas
loucas. Mesmo com tantas loucuras, sabiam fazer algo agradável de vez em
quando, dizem que eles nunca se esqueceram uns dos outros, nem de seus mestres,
até hoje não se sabe ao certo o que realmente aconteceu com eles, a única coisa
que realmente sabemos... É que eles foram muito felizes.”
Ao final
do vídeo, Kate colocou a foto de todos da turma, para nunca esquecerem-se de
que um dia eles viveram juntos. Assim que o vídeo chegou ao fim, as luzes foram
acesas e todos estavam chorando, sem exceções.
Na noite
da formatura, Lisa abandonou seu lado rebelde e se rendeu ao clássico, a garota
estava linda dentro de um vestido “tubinho” vermelho e salto alto.
O
professor Josef Hall, pegou o microfone e deu início ao cerimonial de entrega
dos diplomas de formação do ensino médio; minutos depois é chegada a hora da
turma de Lisa, um a um os formandos subiam ao palco:
Alexia McTavish
Benjamin Ford
Bertha Smith
Eliot Gale
Jake Fahey
Jimmy Bach
Kate Mitchell
Lisa Austen
Richard Miller
Daí por
diante.
Depois de
todos terem recebido seus diplomas, o professor Josef Hall encerrou a cerimônia
com um discurso inesquecível:
- Hoje é
um dia muito especial, há três anos vocês iniciavam mais um ciclo de suas vidas,
talvez não se lembrem, mas assim que entraram no ensino médio, pedi para que cada
um escrevesse uma carta de como pensavam estar hoje, e quais eram suas
expectativas de vida. Como faço há 32 anos, quase como um ritual, hoje me
tranquei em meu escritório, sentei-me no chão, e dediquei meu dia inteiro a ler
carta por carta. O grande barato é perceber como tudo é pueril, parece ter sido
escrito por um bando de crianças sedentas por uma coisa chamada felicidade, a
tal felicidade, a bendita FELICIDADE, e não me levem a mal quando chamo vocês de
crianças, mas no final é o que todos nós somos, CRIANÇAS... A começar de mim!
Creio que muitos daqueles sonhos que li hoje, já se realizaram, outros deixaram
de serem sonhos, e muitos nasceram no decorrer destes anos. Hoje chega ao fim
mais um ciclo da vida de cada um de vocês; eu falei fim? Desculpe; na verdade é
o início de um novo ciclo, permitam-me citar Shiva, segundo a mitologia hindu,
Shiva é um Deus que destrói para construir algo novo, se pensarmos melhor, o
universo é regido por esta lei, as folhas caem para dar lugar a novas folhas, prédios
velhos são demolidos para construção de novos, e por ai vai. Hoje morrem alunos
da 57ª turma formada pelo colégio Santa Inês, amanhã nascem engenheiros,
arquitetos, professores, cientistas, psicólogos, matemáticos, fonoaudiólogos,
advogados, educadores físicos, químicos, nutricionistas, médicos, etc. O futuro
da nação está presente aqui hoje, enfim, mas não finalmente; hoje é o primeiro
dia do resto de suas vidas. Boa sorte a todos vocês!
Ao termino
de seu discurso, o Professor Josef Hall foi ovacionado, todos aplaudiram de pé,
as palmas pareciam não ter mais fim, e a emoção tomou conta do anfiteatro do
colégio Santa Inês, visivelmente emocionado o professor foi amparado pelos
colegas de profissão. A noite de fortes emoções só estava começando.
Terminada
a cerimônia, todos seguiram para o Red Eventos onde seria a grande festa de
confraternização. Foi servido um grande jantar para os pais dos formandos, no
entanto o que mais interessava aos jovens era o baile reservado para o início
da madrugada. E não demorou para que começasse, regado a muita champanhe todos
se divertiram como se o mundo fosse acabar na manhã seguinte.
Durante a
festa, uma admiração que ficou oculta por três anos, depois de algumas taças de
champanhe veio à tona em forma de declaração de amor:
- Lisa!
Faz três anos que estudo com você, e nunca tive coragem de te falar isso!
Lisa foi
irônica:
- Ui! Que
medo! (Risos)
- É sério
Lisa!
- Então
diga Jimmy!
- Desde
quando te vi no colégio pela primeira vez, te achei uma gatinha; depois
descobri que você estava na minha sala, ai fiquei mais feliz ainda, pois eu
poderia te ver todos os dias. O tempo passou e o que eu sentia por você não ia
embora, permanecia, porém minha falta de coragem fez eu nunca me aproximar de você,
até hoje! (Risos)
- Eu estou
surpresa dos efeitos que o álcool é capaz de fazer! (Risos) Mas... Me acha
gatinha e...?
- E a
gente podia...
- Se
beijar?
- Isso! Se
beijar! (Risos)
-
Jimmy...! Você é gatinho, e acho que até pode rolar algo entre a gente, mas
tipo, meus pais ainda estão na festa, a gente se encontra depois.
- Que
forma mais elegante de dar um fora! (Risos)
- Se você
esperar vai ver que não é um fora! (Risos)
A festa
entrou a madrugada, e da segunda vez que Lisa e Jimmy encontraram-se, o
inevitável aconteceu, depois de dançarem juntinhos por um tempo, os dois acabaram
se beijando. Jimmy estava com uma rosa vermelha dentro do bolso frontal de seu
terno:
- Linda a
rosa!
- Não mais
que você!
- Posso
ficar com ela?
- O que
vai fazer?
- Tenho um
lugar especial reservado para ela!
- É toda
sua!
Aquilo era
o início de uma paixão avassaladora que iria nascer entre Jimmy e Lisa.
Uma semana
depois do baile, se formava um dos casais mais improváveis da turma, Lisa e
Jimmy, de um lado Lisa, a garota rebelde, de outro Jimmy, o garoto nerd
aficionado por física quântica.
A paixão entre
o casal foi afervorada, dois meses depois que estavam juntos, Lisa e Jimmy já
haviam transado e deixado escapar alguns “Eu te amo”, entretanto havia um
grande problema, se tratava de paixão, e como todos bem sabem paixão passa, a
de Lisa e Jimmy não fugiu a regra, três meses depois o relacionamento chegou ao
fim; a garota colocou fim é obvio:
- Jimmy...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Mas
Lisa... E nosso amor?
- Nunca
foi amor Jimmy! Era paixão!
- Eu só
queria cuidar de você... Ajudar você!
- Existe
uma grande diferença entre você estender sua mão e a outra pessoa estar
preparada para segurar, do que você estender sua mão e a outra pessoa não querer
ser ajudada; é o meu caso Jimmy! Não preciso de ajuda!
- Não faz
isso comigo Lisa! Por favor?
- Jimmy...
Não!
- Já
entendi Lisa!
Ao chegar
em casa, Lisa chorou muito por não conseguir fazer diferente.
No início
do ano, Lisa e Kate haviam prestado vestibular em três universidades
diferentes, Kate prestou administração com ênfase em comércio exterior, e Lisa
pedagogia com ênfase no ensino de alunos com autismo; pela primeira vez em sete
anos as amigas corriam o risco de se separarem.
É chegado
o grande dia da divulgação da lista de aprovados, Lisa chamou Kate em sua casa
para juntas acompanharem a divulgação pelo site das universidades. Enquanto
Lisa acessava os sites, Kate olhou para seu diário e comentou:
- Lisa! O
que tem dentro do seu diário que ele não fecha direito?
- Rosas!
- Rosas?
- Sim,
Rosas! Vincent, Benjamin, Eliot e Jimmy!
- Os meninos
não sabem te dar outra coisa? (Risos)
- (Risos) Benjamin
até chegou me dar outros presentes, como ursinho de pelúcia, um relógio,
brincos, mas eu desfiz de tudo; só guardei a rosa mesmo!
- Entendi!
- A
verdade Kate, é que ninguém ainda me deu o que mais preciso... Ou até deu, mas
eu não estava preparada para receber!
- E
enquanto isso você segue sendo a garota que coleciona rosas?
- É bem
isso!
- E ai
Lisa? Saíram os resultados?
- Esta
devagar, o “mundo” inteiro deve estar acessando! (Risos)
- Que
nervosismo! Já não tenho mais unhas!
- ABRIU
KATE!
Kate
saltou da cama e correu em direção à tela do computador:
- Meu nome
está ai? Fala para mim que meu nome está ai!
Os nomes
estavam dispostos em ordem alfabética, Lisa correu o dedo na tela até a letra
K:
- Kate
Mitchell! Administração com ênfase em comércio exterior... APROVADA!
-
Uhuuuuuullllllllll! Eu passei, Eu passei, Eu passei!
- Parabéns
Amiga! Estou muito feliz por você!
- Olha o
seu Lisa! Olha o seu!
- Calma
Kate!
Kate
saltava pelo quarto de Lisa:
- Eu
passei, Eu passei, Eu passei!
- Eu vou
na farmácia buscar um rivotril para você Kate! (Risos)
Lisa
seguiu procurando seu nome na lista:
- E ai
Lisa? Seu nome está ai?
Lisa olhou
para Kate com a fisionomia bem triste:
- Pois bem
Kate! Eu acho que ainda não é desta vez que você vai ficar livre de mim!
- Passou?
- Lisa
Austen! Pedagogia com ênfase no ensino de alunos com autismo... APROVADA!
- Uhuuuuuullllllllll!
Vamos apavorar aquela universidade Lisa!
- Eu
passei, Eu passei, Eu passei!
As amigas
ficaram polvorosas. Lisa e Kate ainda passaram em outras duas universidades,
mas o fator comodidade e qualidade de ensino a fizeram optar pela primeira
universidade que haviam sido aprovadas.
Na semana
seguinte, Lisa foi realizar a matrícula na universidade Fredom, ao adentrar o
campus a garota logo avistou a fila que levava até a secretaria, percebendo que
levaria alguns bons minutos até chegar sua vez, Lisa tirou de sua bolsa um fone
de ouvido, acoplou no celular e começou a curtir o Jazz instrumental de Miles
Davis. A garota estava toda distraída curtindo um som quando um garoto tocou
seu ombro, Lisa virou-se e o garoto acenou que a fila havia andado, minutos
depois Lisa em completo transe, mais uma vez sentiu tocarem seu ombro, ao olhar
para o garoto que estava a sua frente, Lisa percebeu que a fila havia andado
novamente; envergonhada a garota parou a música e voltou os fones para dentro
de sua bolsa.
Enquanto
aguardava sua vez, Lisa observou que o garoto a sua frente usava uma camiseta
dos doutores da alegria com a seguinte frase:
“É muito simples ser importante na vida dos
outros.”
É
engraçado observar as pessoas nas filas, filas sempre suscitam assuntos...
Digamos... De comadres, tipo: “Que demora né?” ou “Que calor hein?” ou ainda
“Poderiam colocar mais pessoas para atender né?”, o garoto que estava atrás de
Lisa inovou no quesito “conversas em filas de espera”, ao sentir uma brecha o
garoto disse a Lisa:
- Você tem
cara de que vai fazer engenharia! (Haha)
- Errou
feio!
-
Arquitetura?
- Piorou!
- Ciências
sociais?
- Menos
ainda... (Risos) Vou fazer pedagogia!
- Uma
futura professora!
- Sim!
- Educação
sempre foi um dos pilares para a formação de valores como caráter, humildade,
respeito, enfim...
- E você?
O que vai fazer?
-
Economia!
- Legal!
- Desculpe
a curiosidade, mas o que estava ouvindo?
- Jazz!
- Miles
Davis?
-
Exatamente! Como sabe?
- Eu sou
fascinado em Jazz, principalmente Miles Davis, o álbum Live em especial tem uma
curiosidade fantástica. É um dos Cd’s mais vendidos do Miles, e acredite, não
ouve ensaio para gravar o álbum, os músicos chegaram uma hora antes do show,
conversaram entre eles qual seria o repertório, e na hora de gravar foi tudo de
improviso.
- Nossa! Você
gosta mesmo de Miles Davis!
- Demais!
- Seu nome
é...?
O garoto
sorriu:
- Por que
o sorriso?
- Me chamo
Miles!
- Você só
pode estar de brincadeira!?
- Imaginei
que fosse pensar isso, mas pode olhar minha ficha de inscrição!
- Miles
Langton?
- (Risos)
Davis seria demais né?!
- Com certeza!
(Risos)
O ano
letivo se iniciou, e a conversa entre Lisa e Miles na fila de inscrição rendeu
bons frutos, nas janelas entre uma aula e outra, Miles com brincadeiras de
duplo sentido, dava indiretas em Lisa que por sua vez fingia não entender muito
bem qual era a intenção do garoto. Numa bela manhã, enquanto Miles e Lisa
andavam pelo campus, um garoto passou por eles vestindo uma meia de cada cor,
uma verde e a outra azul, Lisa até achou estranho, mas não comentou nada.
Três
semanas depois de se conhecerem, Lisa ainda estava relutante em se render as
investidas de Miles, porém uma rosa mudaria tudo, uma semana depois; no
intervalo entre o primeiro e o segundo período, Lisa acabou beijando Miles; a
partir dali o futuro economista e a futura pedagoga começariam a sair. Será que
Lisa estaria dando uma nova chance a seu coração?
Passado um
tempo e Lisa já com vinte anos, os fantasmas voltaram a assombrar seus
pensamentos, o medo de ser abandonada era eminente, Lisa nem sabia se isso
poderia vir a acontecer, mas definitivamente ela não estava disposta a pagar
para ver, resultado...?
- Miles...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Por que
Lisa?
- Por que
eu não quero sofrer!
- E quem
disse que eu vou te fazer sofrer?
- Os dois
primeiros idiotas que passaram pela minha vida disseram o mesmo!
- Acontece
que eu não sou nenhum deles!
- Miles...
Entenda que tipo... Eu não quero me apegar a ninguém! Não é nada pessoal!
Mesmo
contra sua vontade, gotas de lágrimas teimaram em cair dos olhos de Miles:
- Mas Lisa!
Vamos tentar? Eu posso te fazer muito feliz!
- Por
favor Miles! Não torne as coisas mais difíceis, nós podemos terminar isso de
uma forma super madura e amigável, mas por favor, não chore na minha frente!
- Eu já
entendi Lisa! Eu sei por que você abandona as pessoas! Por que no fundo morre
de medo que as pessoas façam isso com você! E na boa... Isso é uma tremenda
covardia da sua parte!
Lisa olhou
para o garoto assustada, pela primeira vez alguém havia entrado no mais
profundo de seu âmago. Miles descobriu que seu mais completo e perfeito
mecanismo de defesa, não era nem completo, tão pouco perfeito.
Lisa
seguia inexorável com seus sentimentos, os relacionamentos da garota ficaram
tão previsíveis quanto uma equação de álgebra.
- Jonh!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Jack!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Teddy!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Adam!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Brad!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- Noah!...
Desculpa... Mas não dá mais!
- James!...
Desculpa... Mas não dá mais!
Verões
Outonos
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