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Não te contaram que crescer
acarretaria em mais perdas do que ganhos
Quando a
gente nasce qual a primeira coisa que fazemos?
Choramos!
É bem
verdade que nem todos, mas no geral, todos nós choramos quando nascemos, e por
que choramos? Bom... Os médicos dizem que a primeira entrada de ar nos pulmões
é uma sensação extremamente desconfortável, algo como se os pulmões estivessem
queimando; no entanto, os teóricos psicanalistas do século passado veem este
choro como uma ruptura entre mãe e bebe, algo que era único e simbiótico se
separa, é como se mundo estivesse dizendo que as coisas aqui do lado de fora não
serão nada fáceis; como de fato não é.
Não te
contaram, mais dai em diante sua vida será permeada por uma série de perdas,
algumas materiais e outras assim como a de nascer mais a nível de sentimentos
inconscientes.
Nascer é
só o primeiro passo, é preciso crescer, e como já dizia umas das leis da
física, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, para saltarmos de um estágio
para outro é preciso que um deixe de existir, é necessário que um se perca. Por
exemplo, ainda bebes engatinhamos, aos poucos vamos apoiando nos móveis e
lentamente dando os primeiros passos, e por ai vai; deixamos de ser bebe e
passamos a ser criança, deixamos de ser criança e passamos a ser
pré-adolescente, depois adolescente, jovem, adulto, etc etc etc.
O mais
importante é que tudo acontece por um motivo, e não acontece de forma
aleatória, as perdas maiores quase sempre acontecem quando outras perdas
menores já te ensinaram seja pelo amor ou pela dor a suportá-las, embora a vida
as vezes inverte a lei natural das coisas. A grande verdade é que crescer
implica perder muita coisa, ser gente grande é um saco.
Tudo faz
parte de um processo evolutivo, mas não deixa de serem perdas.
Mas espera
ai, a gente nunca ganha?
Ganha sim,
mas as perdas infelizmente ou felizmente ainda são maiores que os ganhos, por
isso existem os livros, os programas de TV, e pessoas especiais que passam pela
sua vida e tornam estas perdas mais aceitáveis.
Infelizmente a gente vive
numa cultura que sempre relacionou perda a fracasso, e que não entende que a perda
é uma forma de aprendizado... Um dia a gente aprende.
O tempo não pode jamais ser desperdiçado
com nossas lástimas, vivemos segundo o nosso ponto de vista, com ele
sobrevivemos ou naufragamos; explodimos ou congelamos conforme nossa abertura
ou exclusão em relação ao mundo. Para viver qualquer fase da vida é necessário
acreditar que vale a pena viver, pois há diversos modos de ser feliz, e as
pessoas devem persegui-los até o fim, com ou sem perdas.
O mundo foi feito para
pessoas de coragem, que enfrentam suas perdas diárias e que acima de tudo fazem
delas desafios para que a vida seja mais bela, mais aceitável, mais humana.
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